segunda-feira, 1 de junho de 2009

Livro de Apoio:

“Alfabetização Digital e Acesso ao Conhecimento” Miranda Antônio e Simeão Elmira, organizadores. _ Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Ciência da Informação e Documentação, 2006.

A Ciência da Informação e um novo modelo educacional: escola digital integrada
Prof. Dr. Emir José suaiden (Professor Titular do Depto. Ciência da Informação e documentação da Universidade de Brasília.)/ Dra. Cecília Leite Oliveira (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.)

Num mundo em que informação e conhecimento se acumulam e circulam por meios tecnológicos cada vez mais sofisticados e poderosos, o papel da escola deve ser definido por sua capacidade de preparar o aluno no uso ativo, consciente e crítico dos meios que acumuluam a informação e o conhecimento. Segundo Moreira, “o sistem escolar dos países ocidentais nasceu com uma concepção de ensino pensada para dar respostas às sociedades industriais do século XIX e XX.” A revolução tecnológica e a Sociedade da informação criaram um cenário cultural, social e econômico absolutamente distinto para o século XXI. Democratizam o acesso à informação. Mas exigiram autonomia intelectual e aparato tecnológico para acessar, compreender e transformar a informação em conhecimento. Em fução dessa realidade, a responsabilidade do educador cresce e seu papel se amplia, pois é necessário elaborar alternativas pedagógicas inovadoras que respondam às exigências de uma sociedade democrática, em um contexto dominado pelas novas tecnologias.
Hoje o maior desafio da educação é dotar os alunos de conhecimentos que transcedam o conteúdo das disciplinas e da realidade escolar, que possam ser aplicados a situações muito diversas do contexto específico em que foram aprendidos. É fundamental que a escola dê sentido, significado e finalidade à educação, que justifique a necessidade do aluno ir à escola e tenha argumentos acadêmicos, éticos e morais para tornar o ensino que ali se desenvolve, importante, indispensável e motivador. É essencial passar, para os estudantes, a necessidade de aprender a aprender, ou seja, conscientizá-los de que aprendam formas de operar com a informação recebida até que alcancem um grau de autonomia, de aprendizagem suficiente para que se adaptem às contingências do meio em que vivem.
A educação deve permitir, ao homem, que tome consciência de si mesmo, do seu entorno, e desempenhe melhor sua função social no mundo do trabalho e na vida pública. A divisão tradicional da existência humana em períodos claramente separados: infância e juventude dedicada à educação escolar e idade adulta_ consagrada ao trabalho e à aposentadoria como siNõnimo de incapacidade, não corresponde à realidade. Não se pode esperar que o acervo inicial de conhecimento adquirido na juventude basta para toda a vida. A evolução do mundo exige uma atualização permanente do saber. Portanto, o período de aprendizagem se estende pela vida toda, e cada tipo de conhecimento adquirido invade o âmbito dos demais e os enriquece.
O cenário que se define aponta para uma ruptura nos modos e métodos tradicionais de ensino. O professor, anteriormente, tinha o monopólio do conhecimento especializado que exigia a sua disciplina. Hoje a Internet permite romper esse monopólio do saber. As barreiras do tempo e do espaço também se rompem, o ensino a distancia derruba essa verdade, absoluta até o século passado. A escola deixa de ser o único espaço de formação, a Internet permite e favorece a colaboração entre aluno e professor independente dos limites físicos e acadêmicos da escola. Essas são algumas das inúmeras transformações pelas quais o processo ensino-aprendizagem vem passando e a educação precisa adotar, para fazer frente às exigências do século XXI.
A partir dessa realidade e como consequência de pesquisas realizadas sobre o tema é que surgiu a Escola Digital Integrada, uma proposta pedagógica inovadora, baseada na realidade brasileira, que alia educação e tecnologia na formação do aprendiz, seja ele aluno regular de escolas públicas ou usuários de centros de inclusão em comunidades menos favorecidas. O cerne desta proposta é reconhecer o fato de que a principal ferramenta desse novo milênio não é o computador, e sim o próprio conhecimento, modelado pelas estratégias cognitivas que facilitam a tomada de decisão e a solução de problemas. É entender que a máquina é um meio, um instrumento que deve ser utilizado como recurso. A capacidade de identificar, para cada situação, a melhor solução, assim como autoconfiaça nas próprias habilidades, não virão das ferramentas e sim da capacidade, dos mediadores do conhecimento, de realizarem com autonomia intelectual dos aprendizes, utilizando as tecnologias de informação e comunicação como instrumentos para seu crecsimento pessoal e coletivo, contribuindo para o avanço do ensino, e ampliando a sociedade da Informação no Brasil.

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