segunda-feira, 1 de junho de 2009

Alfabetização, tecnologica do professor!!!


"Cercados que estamos pelas tecnologias e pelas mudanças que elas acarretam no mundo, precisamos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, participando dele e de suas conseqüências . Esta capacidade se forja não só através do conhecimento das tecnologias existentes, mas também, e talvez principalmente, através do contato com elas e da análise crítica de sua utilização e de suas linguagens. Para cumprir esta tarefa, urge que a escola e seus profissionais se apropriem do conhecimento sobre essas tecnologias: tanto daquelas mais comumente ligadas à comunicação de massa (jornal,rádio,televisão etc.),quanto das que já se convencionou usar na educação (gravador,slides,toca-discos etc.) (Leite,1994), ou ainda das tecnologias que servem a variados fins e que podem, na medida do possível, ser utilizadas pedagogicamente.
O papel da educação deve voltar-se também para a democratização do acesso ao conhecimento,produção e interpretação das tecnologias,suas linguagens e conseqüências.Para isto torna-se necessário preparar o professor para utilizar pedagogicamente as tecnologias na formação de cidadãos que deverão produzir e interpretar as novas linguagens do mundo atual e futuro.” (p.15)

“Desse modo, ao trabalhar com os princípios da TE, o professor estará criando condições para que o aluno, em contato crítico com as tecnologias da/na escola, consiga lidar com as tecnologias da sociedade sem ser por elas dominado.Este tipo de trabalho só será concretizado, porém,na medida em que o professor dominar o saber relativo às tecnologias, tanto em termos de valoração e conscientização de sua utilização (ou seja,por que e para que utiliza-las), quanto em termos de conhecimentos técnicos(ou seja, como utilizá-las de acordo a sua realidade).” (p.25)

“É também Paulo Freire que introduz entre nós a noção de que ler a palavra é ler o mundo. Através do contato com o mundo escrito o sujeito apreende mais sua cultura e nela se insere com poder maior de atuação. Hoje, ler o escrito não basta. Para ler o mundo é também necessário ler as mensagens tecnológicas e sua interferência nas formas de organização de nossa sociedade e nossa cultura.” (p.55)

“Nesta perspectiva os meios devem ser explorados pela escola “não como acessórios,mas como um instrumento indispensável de trabalho”, fazendo parte do currículo escolar (Gadotti, 1994).Isto significa dizer que as tecnologias devem ser utilizadas pela escola não só como instrumentos pedagógicos para facilitar,diversificar e melhorar o nível de aprendizagem, mas também como os objetos de conhecimento.
Para Belloni (1991) a integração da mídia à escola tem de ser realizada necessariamente em dois níveis: 1) como instrumento pedagógico, fornecendo suporte para a melhoria da qualidade do ensino,e 2) como objeto de estudo, fornecendo meios para o domínio desta nova linguagem.
Pode-se, porém, pensar nos dois níveis como as duas faces sempre presentes de um mesmo todo complexo. Ao ser utilizada pelo professor, automaticamente a tecnologia entrará em contato com o aluno, e o uso que o professor estiver fazendo dela permitirá: 1) a melhoria da qualidade do ensino e 2) a leitura crítica da tecnologia e do mundo.
Para utilizar pedagogicamente as tecnologias com os objetivos e da forma como está descrito nos parágrafos acima, e desenvolver uma proposta de alfabetização tecnológica, é necessário desenvolver também uma nova pedagogia, pois não adianta “ empregar uma nova tecnologia para aplicar uma velha pedagogia” (Marinho,1987,p.80). As tecnologias e sua linguagem,ao mesmo tempo, requerem e propiciam um modelo didático diferente,de caráter participativo, ativo, contextualizado,interativo,interdiciplinar, em que seja permitido e necessário construir.Em resumo: as novas linguagens “ geram novos modos de pensar e sentir, e por conseqüência de aprender” ( Belloni,1991,p.43). Portanto, requerem novas formas de ensinar.”
(p.65,p.66)

Referência Bibliográfica: SAMPAIO, Marisa Narcizo; LEITE, Lígia Silva. Alfabetização Tecnológica do Professor. Petrópolis; Vozes, 2000.



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